sábado, 25 de febrero de 2012

Janelas Abertas- Rubem Valentim

O Solar do Unhão, onde se localiza o Museu de Arte Moderna da Bahia desde 1966, foi restaurado pela arquiteta e artista Lina Bo Bardi. Em sua concepção, o Casarão devia permitir ao visitante observar o que estava além da janela, banhado pela Bahia de Todos os Santos. O desejo da artista e arquiteta era que o simbolismo agisse na troca de olhares internos e externos, com a luz atuando sobre as obras de arte, criando luz e sombra. Fechadas há aproximadamente 15 anos, a exposição Rubem Valentim permitiu a reabertura das janelas do Casarão do MAM-BA. Os visitantes podem conferir a mostra e as janelas abertas até 12 de fevereiro.


Rubem Valentim nasceu em Salvador em 1922 e fez história como um dos mestres do construtivismo, reconhecido por ser amante da cultura afro e do candomblé. Participou do movimento de renovação artística da Bahia, ao lado de artistas como Mario Cravo Jr., Jenner Augusto e Lygia Sampaio. Do mesmo modo que Lina Bo Bardi, Valentim também se interessava pela água e pela luz. Em ocasião na Pinacoteca de São Paulo, localizada na Praça da Luz, proclamou “eu procuro a claridade, a luz da luz”. Um de seus trabalhos no Casarão, Templo de Oxalá, é composto por esculturas brancas que possuem uma ligação direta com a água. As obras de Rubem Valentim ficam expostas no MAM-BA até 12 de fevereiro, data limite para os visitantes vislumbrarem o Casarão do museu com as janelas abertas, em sintonia com as esculturas do mestre da luz.



Curadora da exposição Rubem Valentim e diretora do MAM-BA, Stella Carrozzo explica que “o Templo de Oxalá ficava na sala Rubem Valentim, embora o espaço não fosse adequado, apesar da sua beleza, pois as obras são grandes e precisam de um espaço mais amplo e arejado”. Com o objetivo de que os visitantes circulem entre as esculturas, a curadora preferiu colocá-las no Casarão, devido à sua amplidão física e simbólica.

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