martes, 21 de junio de 2011

Un poco más de Cumbres Borrascosas.


Quando “O Morro dos Ventos Uivantes” – “Wuthering Heights” no título original – foi publicado, em 1847, chocou a conservadora sociedade inglesa, diante de uma história de amor instigante, que quebrava com todos os estilos da época. O amor era retratado à flor da pele e do ódio, na sua mais selvagem concepção, descrito em páginas de atmosfera arrebatadora, onde a crueldade humana é relatada de forma explícita, debatendo-se com a sensualidade e os sentimentos, a moral vigente e a moral imposta, feita pelos traumas e pelo desejo da vingança, entre momentos ternos ou de pura violência cotidiana, arraigados na falta de contemplação diante da brutalidade humana. 




Emily Brontë, mulher taciturna e introspectiva, revelou nas páginas da sua obra-prima uma criatura explosiva, além do seu tempo e das suas concepções morais. “O Morro dos Ventos Uivantes” não debate a moralidade da época, mas a desfaz diante dos sentimentos incontroláveis da mente humana, arrebatada pela falta de razão e pelos impulsos das paixões. Heathcliff, a personagem central masculina, é o próprio anti-herói, movido pelo amor que tem por Catherine e pelo desejo de vingança aos que o humilhou pela vida e contribuíram para a perda física deste amor. No seu mundo não há limites para a crueldade, ele usa da tortura física e mental para destruir todos que se lhe puseram à frente. Nada o detém, a não ser o seu amor incondicional por Catherine, amor que vence à morte e ao tempo, mas que também é responsável por sua degradação moral, loucura e morte física. Heathcliff é uma das personagens mais inquietantes da literatura universal. Desperta ódio e paixão entre os leitores, é a própria essência bruta de todos os sentimentos.





O Morro dos Ventos Uivantes” foi tido como maldito quando do seu lançamento, com severas críticas à autora, que se escondia sob um pseudônimo masculino. Para muitos críticos era impossível uma história tão densa ter saído da mente de uma mulher, vista por alguns como se tivesse um demônio dentro de si para criar tão amoral personagem. Ao contrário de “Jane Eyre” e “Agnes Grey”, romances de Charlotte Brontë e Anne Brontë respectivamente, irmãs da autora, que se tornaram sucesso de critica e leitores, “O Morro dos Ventos Uivantes” sofreu com a rejeição dos leitores ingleses, que não sabiam onde situar a obra, com sua trama complexa transitando entre um romantismo desconstruído e um realismo silvestre.
O Morro dos Ventos Uivantes” causou não só um mal-estar nos leitores, como no próprio gênero literário da época, com sua temática e estilo despidos do maniqueísmo moralista vigente, onde os bons e os maus não se distinguiam entre as personagens. O livro quebrava com o retrato literário do seu tempo, fugia ao romantismo estilizado e sucumbia ao realismo literário puro, desfazendo o momento literário em que foi escrito. Com o passar do tempo, quebraram-se os preconceitos e “O Morro dos Ventos Uivantes” tornou-se imprescindível, a obra mais importante escrita na literatura inglesa daquele tempo.
Obra única de Emily Brontë, ela não sobreviveria para ver a sua história com o passar do tempo, ser classificada como uma das mais belas da literatura inglesa e universal; morreria um ano depois da sua publicação.



Sacado del Blog  Virtuália- O manifesto digital. Muy bien presentado, merece leer el artículo completo.

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