martes, 9 de noviembre de 2010

"TUNGA: À LUZ DE DOIS MUNDOS"





Salvador recebe célebre obra de Tunga exposta no Louvre

Em 2005, os visitantes do Museu do Louvre, em Paris, defrontavam-se com uma inesperada instalação logo quando desciam as escadas sob a pirâmide de cristal, onde ficam as bilheterias.
Era composta por caveiras, ossos e cabeças de estátuas douradas, todos aprisionados numa rede, equilibrada numa balança. Tratava-se da obra "À Luz de Dois Mundos", criada por Tunga para o Ano do Brasil na França.
"A primeira mostra daquela temporada no Louvre iria apresentar todas as pinturas de Frans Post (1612-1680) sobre o Brasil que pertencem ao museu", diz Tunga.
"Ele estava acostumado à luminosidade europeia e precisou se confrontar com a luminosidade dos trópicos. Esse embate entre duas luzes, que no fundo são uma só, me inspirou no trabalho."
Depois de Paris, "À Luz de Dois Mundos" foi para o PS1, o braço contemporâneo do Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York, em 2007, e, desde sexta, pode ser vista no Palacete das Artes Rodin, em Salvador.

QUARTA DIMENSÃO

Também conhecido como Museu Rodin -- por abrigar desde setembro uma coleção do escultor francês --, a instituição possui um programa de arte contemporânea denominado Quarta Dimensão.
"Neste ano, apresentamos quatro artistas, numa programação pensada com o Tunga, com outros destaques de sua geração, como o Mário Cravo Neto, o Waltercio Caldas e o José Resende", diz Daniel Rangel, que além de responsável pela Direção de Museus da Bahia (Dimu) e curador das mostras, foi assistente de Tunga.
Na sala contemporânea do palacete, por sua escala discreta, a obra ganha intensidade, pois confronta-se de maneira muito próxima com o espectador.
"Parece que esse trabalho foi feito para este local", disse o artista baiano Caetano Dias na abertura da mostra.
Em Salvador, Tunga ainda apresenta desenhos, livros e cinco peças inéditas, como se retirasse da grande instalação pequenos elementos que tornam mais visíveis os embates entre "dois mundos".
"São metonímias dessa grande metáfora", explica. Na mostra, estão também os moldes em gesso das cópias das cabeças de estátuas do Louvre que Tunga usou para criar a instalação, num ótimo diálogo com os moldes em gesso do próprio Rodin no corpo central do museu.

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